Sentada em uma mesinha de feira-livre, estava eu em uma mesa tomando uma coca-cola geladinha a observar o movimento naquele espaço. Vi moças, jovens, senhoras de meia idade acompanhadas ou não. Era notório o sentimento consumista à flor da pele; em geral as pessoas estavam enfeitiçadas pelas novidades em produtos expostos pelos vendedores; bijuterias, artesanatos, brinquedos, sapatos, objetos de moda e uma infinidade de objetos para atrair os diferentes tipos de consumidor.
Cenário: feira lotada, gente pra lá e pra cá, andando em busca da melhor compra, com paciência a caminhada segue entre um aperto aqui e outro ali, uns compram outros a procura do que comprar. Uma pisada no pé aqui outra acolá. Tosses, vozes em tom alto, bancas coloridas. Meu olhar crítico é voltado para um bebe recém nascido de poucos dias, este, obrigado (por sua condição de dependência total) a ser conduzido pelos braços de sua própria mãe que não podia guardar o seu espírito consumista para alguns meses adiante. Será que esse bebe precisava estar exposto a toda essa multidão? Eu indaguei.
Estive pensando, então, em quais imagens que aquele bebe armazenava em sua mente. Que desconforto! Não seria necessário a esse período da vida tão único, tão especial o bebê e sua mãe permanecerem no recondito de seu lar? E lá sim gastarem todo seu prazer.
Nesse momento, ao meu ver, é tudo cheio de alegria que não se mistura com o sentimento de consumo. A mãe sente-se feliz e envolvida pelo que seu apego materno preenche. Apego este, que preenche o interior com uma satisfação incomparavelmente melhor que o prazer de comprar, comprar e comprar!